Tipos de relatórios de ruído - ambiental ou ocupacional.
A problemática do tema ruído, tem provocado muitas dúvidas a respeito de métodos, e tipos de equipamentos que devem ser utilizados na realização dos ensaios de campo. Porém, não podemos nos esquecer que, a habilitação técnica, o conhecimento aprofundado em acústica e a experiência em estudos de casos pelo profissional são muito importantes.
O processo de desenvolvimento e industrialização tem se multiplicado no Brasil, e por consequência, isso tem contribuído para que a curva dos níveis de ruído, seja cada mais crescente, trazendo com isso, diversos malefícios a saúde dos trabalhadores e moradores próximos as plantas industriais e áreas de mineração entre outras.
Relatórios de ruído no estilo CTRL/C, CTRL/V tem se multiplicado com as facilidades que Rede de computadores proporciona, muitos tem se aventurado a atuar como prestadores de serviços, oferecendo relatórios com pouquíssimas informações relevantes, sem a devida atenção ao aprofundamento e estudo técnico, o qual busca detectar a procedência e entender o comportamento do fenômeno sonoro, desde a sua geração, a propagação e dissipação final.
Boa parte deste problema, também é de responsabilidade dos contratadores, que não observam a capacidade técnica do prestador e se atem apenas aos valores e com isso, recebem como retorno dos serviços contratados relatórios que são facilmente contestados, quando passam por uma análise mais apurada realizada por um profissional com formação em engenharia acústica.
Vale lembrar que, em acústica, não se age por repetição, pois não é uma ciência empírica, acústica, é uma ciência exata, onde os Advérbios: talvez, quem sabe ou até mesmo +ou- não existem, pois estamos diante de cálculos puros e exatos. Outrossim, a utilização de softwares de modelagem acústica, não são auto suficientes, eles precisam da expertise do profissional para as devidas configurações, conforme os resultados que se esperam obter, não basta apenas copiar o resultado e inserí-lo no software, é preciso muito mais que isso, analisar os histogramas, calcular intervalos de Tempos, avaliar os picos e flutuações entre outros, caso contrário, os resultados obtidos, são nulos e imprecisos.
Outros elementos são partícipes nestes cálculos, como o modelo construtivo da planta, dimensões, altura, tipos de materiais nas paredes no telhado, inclinações do telhado, aberturas de troca térmica, tipo de piso e etc, pois sabemos que todos os materiais tem níveis de absorção e níveis de refletividade, como então não considerar estes elementos num cálculo de ruído em uma área fechada?
É preciso ainda lembrar que, no momento em que a onda sonora é gerada na fonte, ela tem um tipo de comportamento, quando ela flutua e encontra algum obstáculo, este comportamento se altera, será então que apenas medir o ruído em frente ao equipamento e capturar o nível de ruído é suficiente para a compreensão da pressão sonora dentro de uma área ocupacional? O que dizer então, das ondas que flutuam e se propagam para o Meio Ambiente? É possível afirmar que determinado som é oriundo de determinada empresa, sem uma análise mais técnica do comportamento do fenômeno sonoro?
Como mudar este cenário? A expectativa é que primeiro, as empresas contratantes, observem e sejam mais seletivas nas escolhas dos prestadores de serviços.
Segundo, que os Órgãos fiscalizadores tais como: CREA, CONFEA e outros fiscalizem e, por fim, que haja consciência ética e profissional destes prestadores que estão se aventurando num campo profundamente técnico, para que busquem o devido conhecimento e que com isso, apresente aos seus clientes, relatórios conclusivos, bem estruturados, com profunda fundamentação e exposição técnica dos resultados encontrados durante os ensaios de ruído.
Prof. Dr. eng. civil/mecânico Luiz C. de Souza